segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A magia da Panasqueira

Minas da Panasqueira
A vida debaixo da terra

As Minas da Panasqueira são as maiores minas subterrâneas do mundo, com mais de 12 mil quilómetros de túneis escavados pelo homem. Descemos a 200 metros de profundidade e encontrámos volfrâmio, um dos mais valiosos metais.

Subida do preço do volfrâmio traz esperança à Panasqueira

"As Minas da Panasqueira laboram há sensivelmente 100 anos. Desde então atravessou momentos altos e baixos, consoante a oscilação do preço do volfrâmio no mercado. Destas minas são extraídos cacitrite, donde provém o estanho, calcopirite, que dá o cobre e a volfrâmite, que tem múltiplas aplicações. O volfrâmio é o produto de exploração principal na Panasqueira. Foi pela primeira vez apresentado em 1900, na Exposição Universal de Paris, pelos americanos que descobriram as suas potencialidades quando associado ao aço, conferindo-lhe alta resistência. A partir daí as suas aplicações foram várias, desde o tungsténio (filamento das lâmpadas), às lâminas dos buldozzers, às brocas até à electrónica e a material cirúrgico. Na indústria da electrónica "chegam 100 toneladas para responder a todas as necessidades", explica Ramakchondra Naique, formado em engenharia mineira e director geral das minas.
Com características de dureza semelhantes às do diamante, alta densidade e trabalhado em pó, resistindo a temperaturas de fusão muito elevadas, o uso do volfrâmio, um dos últimos metais a ser descoberto pelo homem, nunca se tornou muito vulgar devido ao seu preço. Outros metais mais baratos, como por exemplo o urânio empobrecido ou o chumbo, substituem-no numa das suas maiores aplicações: o armamento. Foi por altura da Segunda Guerra Mundial que a exploração na Panasqueira atingiu o seu auge. Por essa altura chegou a empregar 11 mil pessoas. Naquelas paragens, a paisagem envolvente indicia uma grande actividade à volta da mina. Na encosta são visíveis numerosas fileiras de casas que eram propriedade da mina até 1994, altura em que a mina fechou pela primeira vez. A administração, anterior à actual que assumiu a exploração em Janeiro de 95, entregou essas casas às famílias dos mineiros. Muitas delas destelhadas mostram o abandono que vivem actualmente. Sente-se em toda a vila uma magia que lhe terá ficado dos tempos idos.
Actividade intensa voltou a viver nos anos de 55 e de 84 a 86. Hoje bastam apenas dois turnos de 40 homens no interior da mina para ela produzir diariamente as cerca de duas toneladas de 'tal e qual', matéria bruta de minério extraído de onde é retirado o tungsténio, que resultam numa produção de 145 a 150 mil quilos de concentrado de volfrâmio por mês. Desde há dois meses o rendimento das Mina da Pansqueira tem subido devido a variações positivas no mercado bolseiro do valor do volfrâmio, resultado da quebra da produtividade das minas de volfrâmio da China, a principal concorrente."

"Obra da mãe natureza"

"Quanto ao futuro, o subsolo da Panasqueira tem minério para exploração por mais duas ou três gerações, chegando aos 400 metros de profundidade.
José Duarte, 56 anos, é mineiro há 28. Hoje abandonou o interior da mina e trabalha no departamento de geologia da empresa. Conhece a mina como a palma das suas mãos, refere fascinado com a "obra da mãe natureza". O seus colegas afirmam que seria capaz de não se perder mesmo às escuras por meio dos labirintos de túneis e pilares. Mesma sorte não têm outros trabalhadores que, quando são novos ali, se desorientam, mas basta "seguir o som das máquinas".
Toda a mina está cartografada, identificando exactamente todos os filões, pedaços longilíneos onde se encontram os vários minérios, que deverão ser explorados.
Debaixo de terra sente-se um cheiro intenso. "Cheira a mina", afirma José Duarte.
O fascínio pelo subsolo estende-se a muitos curiosos que a visitam. O responsável pelo departamento de geologia defende que as Minas da Panasqueira "se houver força de vontade dos responsáveis, podem vir a ser um pólo de atracção turística."

Falta de mão de obra no sector

"Em Outubro passado a Beralt In & Wolfram tentou admitir pessoal para os quadros mediante formação garantida pela própria empresa. Para isso publicou vários anúncios a recrutar pessoal para as minas. A intenção era mesmo abrir a antiga Escola Mineira das Minas da Panasqueira, espaço que funcionava para dar preparação ao longo de 4 a seis meses para exercer as funções de mineiro.
Na primeira solicitação aos centros de emprego da Covilhã e Arganil, obtiveram 53 respostas, das quais só admitiram 3 com os requisitos necessários.
Dentro de um ano e meio a empresa pensa vir a recrutar mais pessoal, entre 60 a 80 pessoas, para poder aumentar a produção. Os tempos de reforma dos actuais mineiros estão a chegar e há necessidade de renovar mineiros e técnicos. Nos dias de hoje, e devido ao desenvolvimento tecnológico adoptado, o espaço parece vazio. É possível ter a produtividade de 25 homens apenas com cinco a trabalhar."

Raquel Fragata

Urbi et Orbi-Jornal On-Line da UBI

Nota. Este artigo reporta-se a 05 de Fev de 2001. Pela sua importância até como documento, é republicado para memória futura, de todos quantos viveram e ainda vivem do trabalho na maior mina do mundo.

domingo, 30 de agosto de 2009

Viagem em Fotografias

Escolho uma idade à minha medida. Guia-nos o sul, as cintilações faiscantes das ferraduras polidas, Tudo profetizava - visões de monge. Peguei no destino, atei-o à sela; E agora que estou no futuro, permaneço Hirto nos estribos como uma criança."
Não perturbes no bosque do Volga a imobilidade
Fecha-se o céu, agarrando o ácer: rosa
Que arda em chama! - erguida apenas para os olhos
Sobe aos céus, e sob os teus passos
Podes ouvir o som da vida antiga respirar
E uma moinha de bruma na pele, persistente
O borralho das últimas folhas, espessa auto-imolação
Estrada espelhada nos teus olhos velados de água
Não te assustes nem mexas, porque é assim

Floresta Ignatievo pp.37a40, Arsenii Tarkovskii

Fotos de Luís Gama

sábado, 29 de agosto de 2009

Viagem em Fotografias

No Centro de Portugal, entre a Universidade de Coimbra e as Serras da Rocha, dos Batoucos e do Vidual, existem lugares espantosos, pequenas aldeias, casas de xisto, miradouros naturais, sítios lendários, relíquias até, a grandeza de um povo...

O Aceiro na sua fase final
O Vale da Ribeira das Vergadas
O célebre Aceiro de JC ao Ceiroquinho
Ceiroquinho do Penedo Portelo

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

de JC ao Covo

Vale Covo e Vale Derradeiro
O Edifício de Comando, a Subestação e Turbinas do Parque Eólico de Pampilhosa da Serra.
Obras na estrada após a casa do guarda, Covo 935 mtr, Ramal 901 mtr, Decabelos 1052 mtr e cruzamento de Soeirinho.
A casa do guarda
Vista parcial das Turbinas do Parque Eólico de Pampilhosa da Serra, na Serra da Rocha 1190 mtr , quando estamos quase na casa do guarda, a qual se vê, no canto inferior esquerdo da foto.

Fotos Carlos Gonçalves

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

de JC às Minas da Panasqueira

Diz-se que nenhuma viagem é definitiva e que todas elas, pela surpresa da descoberta, podem sugerir bons regressos. Se o viajante vai à procura de encher a memória de instantes surpreendentes, aqueles momentos que às vezes, no caminhar dos dias, nos assaltam como referências que o tempo não apagou de todo, então as Minas da Panasqueira são o destino certo.
É um mundo à parte.
(...)Num século de exploração mineira (o primeiro interesse inglês na panasqueira data de 1901), as Minas são uma memória atormentada e violenta, cuja exploração se ampliou sempre segundo o calendário de conflitos que marcou o século XX. De 1934 até final da Segunda Guerra Mundial, atingiu-se tal incremento que, dos 750 trabalhadores, em 1933, chegou-se a 2.300 em 1940, e 5.790 em 1943. Para além dos trabalhadores da empresa, existiam 4.780 mineiros na actividade do "quilo", o que correspondia a mais de 10.000 pessoas directamente envolvidas na actividade mineira nas Minas da Panasqueira.
Essa é uma memória distante. Hoje, trabalham nas Minas pouco mais de 200 mineiros.(...)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Viagens na Minha Terra

A Serra dos Batoucos 1119 mtr e o Sangronheiro

A Albufeira da Barragem de Santa Luzia
O Vidual visto da Barroca da Lameirinha
No lugar de Malhada do Rei existe um túnel com 6.945 m de comprimento que vai buscar as águas à barragem do Alto Ceira para a de Sta Luzia.
Praia fluvial da Malhada do Rei
Meãs da estrada de S. J. da Beira
Meãs do lado da Arouca 1114 mtr

Fotos Carlos Gama / Carlos Gonçalves

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O Caminho Aéreo, os Baldes

Tudo começou em 1895, nessa altura, a encosta...

de JC a Santa Bárbara - Padroeira dos Mineiros

Para compreender a devoção dos mineiros por Santa Bárbara importa entrar um pouco no conhecimento da história da respectiva vida lendária. Sobre esta história existem numerosas versões, a mais difundida das quais considera Bárbara nascida no início do Séc. IV em Nicomédia, actual Ismite, cidade da antiga Bitínia, na Ásia Menor, junto ao Mar de Mármara; era então Imperador Romano Maximiano Hércules.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

de JC à Panasqueira / Rebordões - S. Jorge da Beira

As Minas da Panasqueira são as maiores minas subterrâneas do mundo, com mais de 12 mil quilómetros de túneis escavados pelo homem.

Panasqueira / Rebordões - S. Jorge da Beira
Fotos Carlos Gama / Carlos Gonçalves

Panasqueira. Tudo começou em 1895...
Do Salgueiro 928 mtr S.Jorge da Beira, a Panasqueira, e a serra...de espessos matagais, sobretudo urze, giestas, medronheiros e um farto pinhal.Era tal a abundância de volfrâmio...pedras enormes, puro minério...
Foto tirada no Clube dos Amigos da Panasqueira
Foto tirada no Clube dos Amigos da Panasqueira
Barroca Grande. Foto tirada no Clube dos Amigos da Panasqueira
Entrada no Clube dos Amigos da Panasqueira
Panasqueira vista de S.Jorge da Beira
S. Jorge da Beira da estrada da Panasqueira.
A vertente sul da Serra da Cebola 1296 mtr

domingo, 23 de agosto de 2009

Viagem em Fotografias

Combinar imagens visuais e auditivas com dimensões próprias
Uma orientação concreta
A sensação de movimento espacio-temporal
Não existe maior lugar-comum
Coisas "quadrimensionais"
A quarta dimensão?!
O harmónico visual (sinto) provou ser um elemento real de uma quarta dimensão!

S.Eisenstein, Da Revolução à Arte, Da Arte à Revolução, pp62

Fotos de Luís Gama

sábado, 22 de agosto de 2009

de JC à Lavaria

Aspecto exterior da Lavaria, notando-se a desmontagem da cobertura...

Imagens da Lavaria do Cabeço do Pião

By belarmino_lopes

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Viagens na Minha Terra

Barroca Grande
Fotos Carlos Gama / Carlos Gonçalves

Gasómetro

Lavaria
Lamas na Escombreira da Barroca Grande
Inútil
Casas




Escombreiras na Barroca Grande
Vagoneta

O Rio nas Escombreiras / Cabeço do Pião

Cabeço do Pião
Carlos Gama na estrada Silvares-Rio-Barroca Grande
O Rio/Cabeço do Pião da estrada Silvares-Rio-Barroca Grande
A envolvente da Lavaria
Moinho Junto ao Rio - Cabeço do Pião
Nas "Telas" do Rio Zêzere
Da estrada de Silvares, o Rio, a Ald.ª de S. Francisco Assis e a Barroca Grande
B T & W L - Armazens Gerais