..."A mina era uma aventura aliciante, fosse trabalhando no “Kilo”, na mina ou mesmo na “Pilha”, o camponês tinha agora a oportunidade de transformar o sonho de sempre em realidade: ser dono de uma casinha e de alguns terrenos, o que no seu pensamento, lhe permitiria enfrentar o futuro com mais tranquilidade, mas casos houve de fortunas completamente dizimadas em horas . Sobre esta situação Jaime DIAS (1969, p. 4) refere que “Dos felizes acasos da sorte na exploração, bastas vezes repetidos, resultava o desvario, a desvergonha e o ridículo. Na ânsia de parecerem o que nunca foram, de gozarem prazeres só dados a pessoas de outros haveres ou formação, desbaratavam o dinheiro como se de coisa inútil se tratasse. (…) No uso pessoal, se não havia acendalhas para activar o fogo na lareira ou acender o cigarro, queimava-se uma nota das peludas, de quilo (de conto) que enchiam a carteira. Analfabetos exibiam, cómica e caricaturalmente, no bolsinho do casaco, lapiseiras e canetas de tinta permanente. (…) As obras literárias para as estantes da mobília do escritório eram encomendadas em relação à largura do vão: um metro ou metro e meio de livros”…
Despertos os interesses económicos das comunidades, a alucinação pela mina provocam no seu início uma euforia sem limites. A mão-de-obra destas freguesias, habituada à dureza do trabalho agrícola, foi facilmente adaptada às técnicas da exploração mineira e rapidamente transformados em operários."/...
Despertos os interesses económicos das comunidades, a alucinação pela mina provocam no seu início uma euforia sem limites. A mão-de-obra destas freguesias, habituada à dureza do trabalho agrícola, foi facilmente adaptada às técnicas da exploração mineira e rapidamente transformados em operários."/...
Minas da Panasqueira, demografia e modo de vida
Anselmo Gonçalves
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